Friday, November 30, 2012

Márcio Sousa tinha tudo para ser melhor que Moutinho

Campeão europeu de sub-17 em 2003 e principal estrela dessa selecção, Márcio Sousa é apenas mais um exemplo de um atleta que gerou grandes expectativas nas camadas jovens e na transição para sénior nunca conseguiu sequer chegar perto das exibições que o notabilizaram. No jogo decisivo contra a Espanha disputado em Viseu, o estratega e número 10, então jogador dos juvenis do FC Porto depois de ter começado no Vitória de Guimarães, marcou os dois golos que garantiram a conquista do troféu. Nessa altura, o jovem tinha a alcunha de Maradona e o seu pé esquerdo prometia fazer dele um jogador de enorme futuro – um dos seus suplentes nessa selecção era João Moutinho, hoje titular indiscutível no FC Porto e na selecção principal. Quase uma década depois, a realidade é bem diferente e Márcio Sousa joga agora no Tondela, equipa estreante em campeonatos profissionais que está a fazer uma época positiva na Liga de Honra.

O jogador é o capitão e dos atletas mais utilizados por Vítor Paneira e a excelente técnica individual, o pé esquerdo apurado e a boa visão de jogo parecem não ter desaparecido, como pude comprovar na pré-época, mas, por uma razão ou outra, ainda nunca jogou no principal campeonato. Chegou a ser chamado a trabalhar junto do plantel principal do FC Porto, mas nunca teve oportunidades a sério no “reino do Dragão”. Deambulou entre a equipa “B” e empréstimos a Sporting da Covilhã, onde aparentou chegar com peso a mais, e Vizela. Rescindiu então com o FC Porto e assinou pelo Rio Maior, onde voltou a dar nas vistas e as boas exibições chamaram a atenção do Deportivo da Corunha. Contudo, quando a transferência para a equipa secundária da formação galega parecia certa, um desacordo entre empresários abortou o negócio. Seguiram-se Nelas, Penafiel, Esmoriz e Tondela, sempre na IIª Divisão, até que esta época, com 26 anos, conseguiu voltar a jogar na Liga de Honra. Ainda irá conseguirá recuperar algum do “tempo perdido”.

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Tuesday, November 27, 2012

A Sociedade das Nações da IIIª Divisão!

Quarto escalão do futebol nacional, a defunta IIIª Divisão portuguesa, que vive a sua última época, está polvilhada de inúmeros estrangeiros vindos das mais diversas paragens. Excluindo os atletas oriundos de países lusófonos como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique ou São Tomé e Príncipe, bem como de nações que nos últimos anos têm conhecido uma grande “sangria” de futebolistas para a Europa, como o Senegal ou Camarões, elaborei uma selecção de atletas estrangeiros que militam em clubes das diversas séries da IIIª Divisão. Refiro que confirmei a nacionalidade e a inscrição dos atletas em causa no site da Federação Portuguesa de Futebol, pois existem algumas informações dúbias em vários outros sites. Há sul-coreanos, chineses, húngaros, gaboneses, sudaneses, tanzanianos, romenos, ugandeses...

Para a baliza, o eleito é o gabonês Ousmane Koumba Konate, que cumpre a sua segunda época ao serviço do Sport Clube Vila Real. Para a defesas, optei pelo ugandês Alex Kakuba, que joga no Esperança de Lagos, Liangxuan Gong, chinês do Real Sport Clube (clube onde também está inscrito o seu compatriota Hongyu Chen), o romeno Cata, do Moura AC, e o sudanês Abuu Ubwa Zuberi, do Atlético de Reguengos. Para o meio-campo, escolhi o sul-coreano Moon-Won Yang, do Alcanenense, o sul-africano Michael Habib, também do Moura, Simon Monie Mbaziira, outro ugandês que também joga no Esperança de Lagos, e o tanzaniano Hamis Thabit, do Atlético de Reguengos. Para a frente de ataque, seleccionei o húngaro Tamás Kálmán, do Oliveira do Bairro, e o outro sul-coreano do Alcanenense, Jung-Yong Choi. Muitos outros atletas ficaram de fora, tendo optado por estes pela singularidade de alguns dos países presentes na lista. A maior parte destes nomes são jovens que procuram encontrar um futuro promissor no futebol. Quantos conseguirão sair do anonimato?

A foto é de um festejo do Esperança de Lagos, onde surgem Alex Kakuba (nº 2) e Simon Monie Mbaziira (nº 21).

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Sunday, November 25, 2012

Os cinco minutos de fama de Pablo Escobar, o futebolista

Nasceu no Paraguai, é internacional pela Bolívia e tem o mesmo nome que um dos maiores barões de droga da história. Aos 34 anos, Pablo Escobar conseguiu o invulgar feito de marcar seis golos num só jogo. Aconteceu este domingo na goleada que o The Strongest, incontestado líder do campeonato boliviano, infligiu ao Aurora por 7-2. O ponta-de-lança marcou aos 10', 12', 21', 68', 74' e 76', tendo saltado para a liderança dos goleadores do campeonato com 17 tentos.

Apesar de o ter feito numa liga que está longe de ser das mais competitivas do mundo, não é todos os dias que se marca seis golos numa só partida. Antes de chegar ao clube que se prepara para conquistar o tri-campeonato e que já é a terceira vez que representa, o avançado passou por vários clubes do Paraguai, da Argentina e do Brasil, tendo jogado ainda nos também bolivianos do San José, nunca tendo jogado na Europa.

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Wednesday, November 21, 2012

Haruna Babangida: de potencial estrela do Barcelona ao Kapfenberger SV

Tijani Babangida foi um extremo direito de razoável sucesso no Ajax e na selecção nigeriana na década de 90. Haruna, o seu irmão nove anos mais novo, prometeu chegar muito mais alto, mas o futebol “real” mostrou que as muitas expectativas criadas em adolescente saíram furadas. O mais novo dos manos Babangida iniciou-se nos escalões de formação do Ajax, de onde transitou para o “gigante” Barcelona, com apenas 14 anos. Integrado no plantel da equipa “B”, onde coabitou com Xavi e Puyol por exemplo, o extremo impressionava pela sua velocidade e baixa estatura (1m,66cm) e chegou a ser chamado aos trabalhos da equipa principal na altura de Van Gaal. De resto, quem era fã de jogos como o Championship Manager sabe que Haruna Babangida era umas das “trutas” apetecíveis e que registava uma enorme progressão ao longo do jogo.

Contudo, no mundo real nunca confirmou as grandes expectativas que gerou e depois de ser emprestado ao Terrassa e ao Cádiz, terminou contrato com o clube da Catalunha e assinou, em 2004/2005 pelos ucranianos do Metalurh Donetsk, onde esteve dois anos. Assinou depois pelos gregos do Olympiacos (mais duas épocas). O Chipre e o Apollon Limassol foram a sua próxima paragem, seguindo-se os russos do Kuban. Passou ainda pelos alemães do FSV Mainz 05 e dos holandeses do Vitesse, antes de no verão de 2011 ter assinado pelos austríacos do Kapfenberger SV (KSV 1919), penúltimo classificado da IIª Divisão daquele país, onde ainda permanece. Como se percebe pelo seu conturbado percurso, estabilidade foi algo que o extremo nigeriano nunca conheceu por muito tempo e, aos 30 anos, já não deve aspirar a chegar muito mais longe na sua carreira.

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Saturday, November 17, 2012

O Zidane de Touriz!

O Tourizense, equipa da zona Centro da IIª Divisão que este domingo recebe o Santa Clara em jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal, tem nas suas fileiras um futebolista com um nome de peso. O craque em causa é Issouf Hamed Zidane Zoungrana, mas o seu “nome de guerra” no meio futebolístico é, obviamente, Zidane. O jovem de apenas 19 anos é oriundo do Burkina Faso e representou a selecção de sub-17 daquele país africano no Campeonato do Mundo do escalão que se disputou em 2009, prova em que marcou um golo. O homónimo do antigo craque francês do Real Madrid tem tido poucas oportunidades de mostrar o seu valor mas o seu nome promete muitas ilusões à massa adepta do clube da pequena aldeia de Touriz.
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Thursday, November 15, 2012

Ibracadabra volta a fazer magia!

Há golos que pelo seu simbolismo ou espectacularidade são relembrados eternamente pelos “amantes” do futebol. Ontem contra a Inglaterra, Zlatan Ibrahimovic marcou um desses golos... De costas, a uns 30 metros da baliza, o ponta-de-lança sueco, que já tinha feito três golos, “lembrou-se” de tentar fazer um pontapé de bicicleta dali mesmo e não é que deu mesmo certo? Aposto que Joe Hart teve pesadelos com o avançado do PSG.

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Wednesday, November 14, 2012

Mahatma Gandhi está vivo e é futebolista!

Não, o histórico líder espiritual e pacifista indiano não ressuscitou dos mortos encarnado numa estrela do futebol. Este Mahatma Gandhi é brasileiro, tem 20 anos e representa o Atlético Goianiense, último classificado do Brasileirão que já tem o seu destino traçado: a descida de divisão. Como é fácil de supor, o seu nome resulta de uma homenagem que os seu pais – o seu progenitor é o ex-futebolista Heber (campeão brasileiro pelo Grêmio de Porto Alegre em 1981) ,– quiseram prestar ao Mahatma Gandhi “original”.

O jovem médio esquerdino fez a formação no Goiás e no Atlético Goianiense e esta época já dispôs de várias oportunidades para mostrar o seu valor na equipa principal. De resto, as semelhanças entre os dois Gandhi's não se parecem ficar pelo nome, pois o atleta também garante ser pouco dado a confusões: «Dizem que sou calmo até demais. Sou pacífico, nunca briguei. Tenho preguiça até de falar palavrão», afirmou em tempos numa entrevista.

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Thursday, November 08, 2012

Bobô: do Distrital da Guarda à IIª Liga da Hungria

De modo a poder regressar ao comando técnico do Feirense, Quim Machado interrompeu uma curta aventura que teve no outrora histórico Vasas de Budapeste, que na última época não evitou a despromoção na Primeira Liga da Hungria. Para o acompanhar no clube da capital magiar, o técnico português levou dois jogadores de Portugal, os brasileiro Bobô e Thiago Schmidel de Freitas (ex-Feirense). É sobre o primeiro que vou falar. O avançado alinhou na última temporada pela Associação Desportiva de Fafe, pela qual marcou sete golos na zona Norte da IIª Divisão. Aos 30 anos, Bobô vive a sua primeira experiência profissional fora de Portugal, já que desde muito novo veio jogar para o nosso país, tendo começado nas camadas jovens do Campomaiorense. De resto, foi ainda no seu início de carreira (22 anos) que o vi jogar várias vezes pelo Mileu no Campeonato Distrital da Guarda em 2004/2005.

Apesar da sua tenra idade, o avançado que vinha do Meruge, do Distrital de Coimbra, rapidamente deu nas vistas pela sua capacidade técnica e instinto goleador. Considero até que foi dos melhores jogadores que vi jogar ao longo da última década no Distrital da Guarda. A boa época fê-lo dar o salto para o Satão, então na IIIª Divisão, de onde transitou depois para o Sanjoanense em que permaneceu três épocas e meia, clube em que subiu da IIIª para a IIª Divisão. Seguiu-se o Moreirense que ajudou a subir à Liga de Honra, onde dispôs de várias oportunidades a titular e acabou por sair no final da época 2010/11 para depois ingressar no Fafe. Agora na Hungria, José Claudeon dos Santos está a demonstrar todo o seu valor, tendo já marcado seis golos e é um dos responsáveis pela boa campanha do Vasas – onde tem a companhia de vários compatriotas, que ocupa o segundo lugar no campeonato, a apenas dois pontos do primeiro. Bobô é irmão de Detinho, antigo jogador de Leixões e Campomaiorense, que aos 39 anos ainda joga no Citizen Athletic Association, de Hong Kong.

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Tuesday, November 06, 2012

Há 30 brasileiros a disputar o Mundial de futsal!

Não, o Brasil não tem duas selecções a disputar o Mundial de futsal que está a decorrer na Tailândia, mas bem que poderia ter... Isto porque, para além dos 14 convocados que compõem o grupo que defende o título mundial conquistado há quatro anos, há mais 15 atletas nascidos no Brasil que estão a participar na competição. Só na Itália são sete: Márcio Forte (o Marcinho), Humberto Honório, Rodolfo Fortino, Alex Merlim, Jairo Dos Santos (conhecido como Vampeta), Gabriel Lima e Assis Saad. Não considerem que são muitos, pois em 2008 foram 10... Na Rússia são mais cinco: Pula, Éder Lima, Robinho, Sirilo e Gustavo. Até a Espanha, uma das teóricas candidatas ao título, tem dois atletas “made in Brasil”: Fernandão e Alemão. Portugal também aparece nesta lista, já que Fernando Leitão, jogador do Sporting chamado por Jorge Braz, nasceu em São Paulo. Por último, a Austrália também tem o "seu" brasileiro, chamado Fernando, que joga ainda futebol de onze no South Melbourne, clube da segunda divisão local. É compreensível este elevado número de atletas naturalizados? A verdade desportiva não é colocada em causa? Tudo é permitido a pensar nos resultados? São apenas algumas das questões que se colocam.
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