Wednesday, April 22, 2015

Viveu o sonho do Chelsea mas desceu à realidade dos Distritais

Ricardo Fernandes chegou a Londres movido pelo sonho de brilhar na Premier League. Partilhou o balneário com Didier Drogba, Frank Lampard e John Terry. Contudo, os sonhos nem sempre se concretizam e hoje o médio ofensivo tenta brilhar ao serviço do Penelense, da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra, bem longe dos holofotes dos principais relvados ingleses.

Estávamos em 2005, ano do primeiro "reinado" de José Mourinho em Inglaterra, quando representantes do Chelsea vieram a Portugal para recrutar três jovens promissores da Academia do Sporting. Eram eles Ricardo Fernandes, Fábio Ferreira e Adrien Silva. Curiosamente, o único dos três que "roeu a corda" ao mais que provável campeão inglês foi o que, até ao momento, teve maior sucesso. Adrien Silva é hoje titular indiscutível da formação leonina e internacional pela seleção A. Os outros dois, na altura com 16 anos, não dispuseram de muitas oportunidades na transição para seniores no clube londrino e foram obrigados a rumar a outras paragens. Fábio Ferreira joga na Austrália há cinco anos, tendo já conhecido três clubes. Quanto a Ricardo Fernandes foi o que menos sucesso e sorte teve. Afetado por uma grave lesão, uma rotura quase total dos ligamentos no joelho direito, quando jogava na equipa de reservas do clube londrino, treinada por Brendan Rodgers, atual técnico do Liverpool, o então promissor médio também não beneficiou da troca de José Mourinho por Luiz Felipe Scolari no comando técnico do clube londrino. O brasileiro não deu aval à renovação com Ricardo e Fábio, e foi aí que o sonho se começou a desvanecer.

Desde que terminou a ligação ao Chelsea, Ricardo Fernandes tem jogado nos escalões secundários portugueses. O médio já passou por Marinhense, Sporting de Pombal e Naval 1º de Maio. No início da presente época, chegou ao Penelense para manter a forma e tentar ajudar o clube a subir aos Nacionais, um objetivo que já não pode ser alcançado. O médio elogia a postura de Drogba e de Cristiano Ronaldo, mas de Fábio Paim, de quem é amigo, prefere nem falar. Segundo o site da Federação Portuguesa de Futebol, Ricardo João Veludo Oliveira Fernandes representou Portugal por 22 vezes, três nos sub-16, 14 nos sub-17 e cinco nos sub-18.

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Friday, April 17, 2015

Craques que tiveram o azar de nascer no país errado

Qualquer profissional de futebol ambiciona disputar as grandes competições, tanto a nível de clubes como de seleções. Contudo, por muito talentoso que um jogador possa ser, isso não lhe garante a participação num Mundial ou Europeu, por exemplo. Não são raros os casos de autênticos craques que nunca tiveram a oportunidade de disputar um grande campeonato em representação da sua seleção. Tudo porque tiveram a "infelicidade" de terem nascido no local errado, em países normalmente sem grande expressão futebolística e em que os seus companheiros de equipa normalmente estão muitos furos abaixo do seu nível.

 Na atualidade há, desde logo, um caso que salta à vista. Aos 25 anos, Gareth Bale, um dos jogadores mais caros do mundo, ainda sonha com a participação num Mundial ou Europeu. Porém, o companheiro de Cristiano Ronaldo no Real Madrid parece finalmente estar bem encaminhado para o conseguir, pois o seu País de Gales partilha surpreendentemente a liderança do grupo B de qualificação para o Europeu de 2016 com a Bélgica. Para a excelente campanha muito contribui também Aaron Ramsey, médio do Arsenal. A mesma sorte já não terão os seus compatriotas Ryan Giggs ou Craig Bellamy, que ainda assim representaram a Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Também David Alaba, um dos melhores laterais esquerdos da atualidade, ainda anseia pelo regresso da sua Áustria a uma grande competição. Para já, a seleção do jovem do Bayern de Munique está muito bem lançada para poder marcar presença no Euro-2016, pois lidera o grupo G de qualificação. Igualmente na Alemanha, mas no Borussia Dortmund, encontram-se outros dois grandes jogadores que dificilmente alguma vez chegarão a um Mundial. Um é o arménio Henrikh Mkhitaryan, principal estrela de uma seleção que continua a evoluir, mas ainda sem se conseguir imiscuir entre as grandes equipas. O outro é Pierre-Emerick Aubameyang que, apesar de ter nascido em França, optou por representar o Gabão, atualmente treinado pelo português Jorge Costa, que ainda sonha com a sua estreia num Campeonato do Mundo.

Também de África, e oriundo de outro país sem grande expressão no futebol internacional, é o queniano Victor Wanyama, peça importante no Southampton de Ronald Koeman, após ter sido campeão escocês no Celtic. Aos 36 anos, Eidur Gudjohnsen, que conta no currículo com passagens por Chelsea, Barcelona ou Mónaco, ainda é chamado à seleção da Islândia e continua a sonhar com a participação num Europeu. Para já, a seleção nórdica ocupa o segundo lugar do Grupo A, com mais cinco pontos que a Holanda. Há, por isso, razões para continuar a sonhar.

Também no passado houve grandes jogadores que nunca disputaram grandes competições de clubes por representarem seleções sem grande expressão. Um dos casos mais mediáticos é o do liberiano George Weah, melhor jogador do mundo em 1995, e que espalhou magia nos relvados ao serviço do Milan, PSG, Chelsea ou Mónaco. O norte-irlandês George Best, o finlandês Jari Litmanen, o ganês Abedi Pelé - o Gana só se estreou em Mundiais em 2006 - ou o galês Ian Rush são outros casos de craques que nunca competiram num Mundial.

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Wednesday, April 15, 2015

Depois de Malta, Fábio Paim vai jogar na Lituânia

Fábio Paim é um dos reforços do desconhecido FK Neveziz, da Lituânia, atual líder da 1 Lyga, a segunda divisão daquele país de Leste. Para trás fica mais uma experiência mal sucedida em Malta, onde o talentoso extremo formado no Sporting não conseguiu melhor que alinhar apenas em três jogos pelo Mosta FC, todos eles saído do banco de suplentes e nos quais viu três cartões amarelos. O novo clube do atleta, que em tempos foi apontado como uma das principais promessas do futebol nacional, aposta forte na subida de escalão e, para já, soma três vitórias nos três jogos já disputados. Fábio Paim vai envergar a camisola número sete, como é possível verificar no site do clube lituano, onde surge bem sorridente nas fotos aí disponibilizadas.

A sua página de Facebook também não esconde que já está no país de Edgaras Jankauskas, antigo jogador de Benfica e FC Porto. O talentoso mas errático jogador que um dia viu Cristiano Ronaldo admitir que seria melhor do que ele está transformado num autêntico "globetrotter" do futebol mundial e vai colecionando experiências mal sucedidas, todas elas bem distantes do estrelato que nas camadas jovens se previa que viesse a alcançar.

Apontado desde cedo como uma das "coqueluches" da formação leonina, muitos não compreendiam a razão de Paulo Bento não conceder uma oportunidade ao jovem craque para realizar, pelo menos, uma pré-época, com o plantel principal dos leões. Contudo, o tempo acabou por dar razão ao ex-selecionador nacional, pois aos 27 anos o jogador nunca conseguiu impor-se no futebol profissional. Ainda com idade de júnior, Fábio Paim teve a primeira experiência no futebol sénior no Olivais Moscavide, na Segunda Liga, onde surpreendentemente não se conseguiu impor. Esteve depois perto de ser emprestado aos belgas do Roeselare, mas acabou por rodar no Trofense e Paços de Ferreira, sempre sem conseguir a "explosão" que muitos esperavam.

Em 2008/2009, chegou a Stamford Bridge para representar a equipa de reservas do Chelsea, embora com a ambição de poder vingar para convencer José Mourinho a pedir a sua contratação. Voltou a não dar certo. Desde aí que vem alternando de clube e de país. Da China à Grécia, passando por Angola e pelos escalões secundários portugueses, Fábio Paim já procurou a sorte em vários continentes e divisões. Sempre sem sucesso. Resta esperar para ver o que vai acontecer agora na Lituânia.

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Friday, April 10, 2015

Um campeão europeu a jogar nos Distritais

Aos 16 anos, Tiago Costa era titular indiscutível dos juvenis do FC Porto e sagrava-se campeão europeu de sub-17 ao lado de atuais craques do futebol internacional como João Moutinho, Miguel Veloso, Vieirinha ou Paulo Machado. Hoje, 12 anos depois, representa o Merelinense, do Pro-Nacional da Associação de Futebol de Braga, e tem a mágoa de nunca ter tido uma oportunidade no principal escalão do futebol nacional.

No campeonato europeu disputado em Viseu, o defesa central estava tapado no onze titular por Miguel Veloso e Paulo Ricardo, formado no Vitória de Guimarães e que também nunca chegou à Primeira Liga. Tiago Costa foi apenas utilizado no jogo com a Hungria, tendo atuado os 90 minutos, numa partida em que Portugal já tinha assegurado a qualificação para a fase seguinte. O então jovem nascido em Vila Nova de Gaia foi ainda convocado para o Mundial do mesmo escalão disputado na Finlândia. Foi titular na partida com os Camarões e fez um auto-golo nesse jogo que terminou com um vibrante empate a cinco bolas, naquela que foi a última ocasião em que envergou a camisola das quinas. De acordo com o site da Federação Portuguesa de Futebol, Tiago Miguel Fernandes Costa representou Portugal por 24 vezes, 10 nos sub-16 e 14 nos sub-17. A ligação ao FC Porto não terminou da forma desejada. Uma rotura de ligamentos cruzados num joelho fê-lo não renovar com o emblema azul e branco, ainda com idade de júnior.

Esteve perto de assinar com a Naval 1º de Maio, mas acabou no Valenciano, onde não permaneceu muito tempo. Seguiu-se o Moreirense, então nos escalões secundários, o Vilaverdense, onde se viu a braços com mais uma lesão grave no joelho, e o Esmoriz. Mais recentemente esteve no Amares e no Santa Maria, onde permaneceu três temporadas antes de assinar, no início da presente temporada, pelo Merelinense Futebol Clube, atual sexto classificado da Pro-Nacional da Associação de Futebol de Braga. Em 2013, o defesa deu uma entrevista onde ainda acalentava esperanças de chegar à principal divisão do futebol nacional, culpando as lesões por ainda não o ter conseguido. Mas como o futebol não é tudo na vida, não descurou os estudos e aposta numa carreira na área do Direito quando pendurar as chuteiras. Para além de Tiago Costa, há outros três campeões europeus de Viseu que nunca chegaram à Primeira Liga. Márcio Sousa, principal "estrela" dessa equipa e que marcou os dois golos na final, está no Tondela, atualmente em posição de subida ao escalão principal. Paulo Ricardo, titular indiscutível no centro da defesa, está no Vianense, do Campeonato Nacional de Seniores, e Pedro Freitas, suplente de Mário Felgueiras na altura do Europeu, representa os açorianos do Santa Clara, na Segunda Liga.

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Tuesday, April 07, 2015

Nove irmãos que jogam por países diferentes

No futebol não são raros os casos de irmãos que jogam em clubes diferentes. O mesmo não sucede quando se fala de seleções. À partida, quem partilha o mesmo sangue deveria defender o mesmo país, mas nem sempre assim sucede. Os "manos" Boateng, Pobga, Matic e Alcântara são disso um bom exemplo.

O caso mais mediático é o dos irmãos Boateng. Jérôme, defesa do Bayern de Munique, joga pela Alemanha, enquanto que Kevin-Prince, médio do Schalke 04, pelo Gana. Filhos de pai ganês e de mães alemãs, os dois meio-irmãos nasceram ambos na Alemanha, nos arredores de Berlim e poderiam representar o mesmo país, tanto que Kevin representou as seleções jovens germânicas até aos sub-21. Contudo, em 2010, nunca tendo sido chamado para defender a "Mannschaft", o médio ofensivo de 28 anos acabou por aceitar o convite do país do seu pai para representar o Gana no Mundial da África do Sul. Curiosamente, o sorteio ditou que Gana e Alemanha ficassem no mesmo grupo, daí que os Boateng tenham protagonizado o primeiro caso de dois irmãos a defrontarem-se num Campeonato do Mundo. Na altura, levou a melhor o mano mais novo, hoje com 26 anos, que venceu por 1-0. O destino é mesmo tramado e em 2014 os dois irmãos voltaram a calhar no mesmo grupo. Dessa vez, registou-se um empate a duas bolas.

O segundo caso aqui apresentado é o de dois irmãos que já jogaram em Portugal. Um com muito mais sucesso do que o outro. Nemanja Matic destacou-se pelo Benfica e é hoje uma das principais figuras do Chelsea de José Mourinho. O possante trinco esquerdino, de 26 anos, é internacional pela Sérvia e ainda recentemente marcou um grande golo a Portugal num jogo de qualificação para o Euro 2016. Já o seu irmão mais novo, Uros, teve uma passagem muito mais efémera pelo futebol nacional. Não passou do Benfica B e atualmente representa os holandeses do NAC Breda. Apesar de já ter jogado pelos sub-19 da Sérvia, país onde nasceu, o médio ofensivo de 24 anos já declarou o seu amor à Macedónia, terra-natal da sua avó paterna. Ainda não se estreou, mas já integrou a última convocatória.

Os três Pogba são outro caso de irmãos que defendem países diferentes. O mais conhecido é, indiscutivelmente, o mais novo dos três. Paul Pogba é, aos 22 anos, um dos médios mais disputados da atualidade. É titular indiscutível da Juventus e da seleção francesa. Nascido em França, representou as seleções jovens gaulesas e não foi devidamente valorizado no Manchester United. Menos conhecidos são os seus dois irmãos. Os gémeos Florentin e Mathias, nascidos na Guiné Conakri há 24 anos. Florentin é defesa central do Saint-Étienne e internacional pelo país onde nasceu, apesar de ter crescido em França. O mesmo se passa com Mathias, ponta-de-lança que representa atualmente o Crawley Town, do terceiro escalão inglês, após ter começado a época nos italianos do Pescara.
O brasileiro Mazinho foi campeão do mundo em 1994 e nessa altura estaria longe de imaginar que um dia poderia ver dois filhos a jogar por países diferentes. É o que mais tarde ou mais cedo deverá acontecer. Thiago Alcântara, de 23 anos, até nasceu em Itália, na altura em que o pai jogou no país, mas foi em Espanha que cresceu e desde muito novo representou o Barcelona, até há duas épocas se transferir para o Bayern de Munique. Um ano mais novo, Rafinha também foi formado no Barcelona, onde vem sendo utilizado regularmente por Luis Enrique, técnico que trabalhou consigo no Celta de Vigo na época anterior, onde esteve emprestado. Apesar de ter dupla nacionalidade já afirmou que optou pelo Brasil e, depois de já ter representado os dois países nas seleções jovens, anseia por uma chamada de Dunga para representar a equipa principal canarinha.

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