Ogbonna, o outro “colored” da Itália

Na hora de confortar os atletas italianos que estiveram em campo no desaire contra a Espanha na final do Euro, houve um jogador que me chamou a atenção. Isto porque Angelo Ogbonna, que não chegou a ser utilizado por Cesare Prandelli, foge ao protótipo do jogador italiano, como facilmente se percebe pela foto. Tal como Mario Balotelli, o possante defesa central do Torino tem raízes africanas, sendo os seus pais nigerianos, embora já tenha nascido em Itália. A chamada de Ogbonna à selecção transalpina não deixou de causar alguma surpresa, já que o histórico clube de Turim militou na Serie B italiana, equivalente à nossa Liga de Honra, tendo ascendido à Seria A. Formado no Torino, Ogbonna também pode jogar com lateral esquerdo e já terá estado nas cogitações de clubes como Arsenal, Benfica, AC Milan, AS Roma e Juventus.
                   

Quarentões Lentini e Fuser ainda jogam!

Aos 40 anos, Gianluigi Lentini e Diego Fuser ainda não penduraram as botas. Jogam ambos no ASV Saviglianese Calcio, dos escalões secundários italianos, e que lidera a respectiva tabela. Longe dos palcos da Serie A, Lentini é o melhor marcador da equipa com 13 golos, enquanto Fuser é o segundo com seis. Se Fuser “não passou” de um talentoso médio criativo - que representou clubes como Torino, AC Milan, Fiorentina, Lazio e Parma - “Gigi” Lentini ostentou durante algum tempo o rótulo de jogador mais caro do mundo. Em 1992, as suas excelentes exibições ao serviço do Torino levaram o AC Milan a cometer a loucura de pagar cerca de seis milhões de contos (30 milhões de euros) pelo seu passe, num valor verdadeiramente megalómano para a altura, chegando-se a falar em lavagem de dinheiro. Contudo, depois de uma razoável primeira temporada no “gigante” italiano, um gravíssimo acidente em Agosto de 1993 quando conduzia um Porsche Carrera deixou-o às portas da morte com fortes lesões na cabeça.O regresso aos relvados aconteceu no final dessa época, mas nunca mais conseguiu atingir o nível que o notabilizou no Torino.Depois de mais duas temporadas decepcionantes no Milan, foi contratado pelo Atalanta, seguindo-se o regresso ao Torino e passagens por Cosenza e Canelli, antes de no início da presente época ter chegado aos amadores do Saviglianese, onde parece ter reencontrado o prazer de jogar. Caso não tivesse tido o azar do acidente, até onde poderia ter chegado Lentini?

Ventola ao lado de uma grande carreira

Nicola Ventola é um daqueles inúmeros casos de futebolistas que, por diversas ordens de razões, nunca conseguiu confirmar todas as expectativas que foram levantadas quando começou a destacar-se. Depois de ter dado nas vistas no Bari chegou ao todo poderoso Inter de Milão na temporada 1998/99 na companhia de Andrea Pirlo, hoje grande estrela do rival Milan. Apenas com 20 anos, o jovem avançado foi emprestado nas duas temporadas seguintes a Bolonha e Atalanta, antes de duas novas tentativas frustadas no Inter. Em 2003/04 foi novamente emprestado ao Siena e depois teve a sua primeira, e única até ao momento, experiência no estrangeiro, no Crystal Palace, onde só realizou três jogos e marcou um golo. Terminado o contrato com o Inter, regressou à Atalanta que ajudou a subir à série A. Esta temporada, já com 29 anos, joga no Torino, onde apenas ainda marcou dois golos. Resta saber se como sucedeu com Pirlo, que mereceu nova oportunidade, teria obtido idêntico nível de sucesso caso outro grande clube tivesse apostado em si? Ou todo o ruído que se fez quando marcou 10 golos no Bari com apenas 18 anos foi infundado? E Pirlo, caso o Milan não tivesse acreditado em si, seria hoje um jogador “vulgar”?