A pedido do amigo FR, do Vila Real Sport, aqui deixo a história de um futebolista do Vila Real, vítima de um incêndio que lhe destruíu a casa.
Ernesto Correia, de 24 anos, residente em Sabrosa, Vila Real, e jogador do SC Vila Real, viu perder a sua casa, assim como tudo o que possuía, num incêndio, a 11 de Janeiro deste ano. Agora, a viver numa casa cedida pela Segurança Social e monetariamente dependente da ajuda dos amigos, foi protagonista de uma acção de solidariedade levada a cabo pelo SC Vila Real. Por azar, o jogo realizado no passado domingo, cuja receita revertia para o jogador, tornou-se numa batalha campal, passando de um jogo solidário para um jogo de violência.
Vila Real Sport (VRS): Ernesto, conte-nos como e quando ocorreu este infortúnio que lhe tirou praticamente tudo quanto tinha.
Ernesto: O incêndio deu-se no início do corrente ano. Eu estava ainda no jogo entre Vila Real e Vila Meã, quando a minha mulher me ligou, gritando que na nossa casa lavrava um incêndio. Na altura em que o fogo foi circunscrito, já tinha perdido tudo, ficando apenas com a roupa do corpo. Felizmente, tanto a minha mulher como a minha filha de 16 meses, não estavam no local, pelo que não sofreram quaisquer danos.
VRS: O que deu origem a este incidente?
Ernesto: A casa foi posteriormente analisada por quatro agentes da Polícia Judiciária, e concluíram que o que esteve na origem do incêndio foi uma sobrecarga de uma das tomadas da cozinha. Dentro da casa, para além de todos os meus bens, encontravam-se cerca de 3 mil euros, fruto de um pequeno negócio que possuo, e que arderam completamente.
VRS: Onde vive actualmente, e de que sobrevive?
Ernesto: Agora resido com a minha família numa habitação que me foi cedida temporariamente pela Segurança Social, em Vilarinho de São Romão, no concelho de Sabrosa. Para além do meu emprego, vivo de pequenos contributos que me foram dados, por amigos e família.
VRS:Em relação ao SC Vila Real, conta com todo o apoio tanto por dirigentes como por colegas de equipa?
Ernesto: Os meus colegas deram-me todo o apoio, quanto à direcção do Vila Real foi incansável comigo, organizando um encontro cuja bilheteira reverteu para a minha causa (Vila Real – Oliveirense), apesar de no final não ter terminado como gostaríamos.
VRS: Este jogo de cariz solidário acabou por se tornar, no seu término, num jogo bastante violento, com agressões ao árbitro Rui Oliveira. O que pensa de tudo isto?
Ernesto: Foi lamentável o que sucedeu. Num jogo que tinha tudo para se tornar num grande espectáculo, com o público a aderir em massa, acabou por ser uma partida infeliz no final, com desacatos que poderiam ter sido evitados. Pode dizer-se que aconteceu na pior altura, até porque estávamos a recuperar de um mau momento, com lesões e castigos que nos impossibilitaram de ter melhores resultados. É frustrante, como jogador e entusiasta do futebol, presenciar cenários como este.
VRS: Voltando ao seu caso, ele foi bastante falado na Comunicação Social, e mais concretamente na blogosfera. Acompanhou a sua situação através da Web?
Ernesto: Sim, na altura falei com alguns jornais, e pude reparar que o meu caso foi acompanhado em alguns sites e blogs, onde foi abordado o tema do “futebol solidário”, e nos quais agradeço a atenção dispensada, neste momento tão complicado da minha vida.
VRS: Para terminar, e tendo em conta que acompanha o panorama da blogosfera nacional, considera que os Blogs começam a ocupar uma posição importante no desporto, em detrimento dos sites desportivos noticiosos?
Ernesto: Sim, sem dúvida. Os sites mais conhecidos têm na blogosfera um concorrente de peso, já que os cibernautas actualmente dão primazia a espaços onde possam expressar a sua opinião, e nesse aspecto é uma vantagem que os blogs têm a seu favor.
VRS: Ernesto, obrigado por nos conceder esta entrevista, resta-me desejar boa sorte para sua vida futura, e que a campanha que iremos fazer dê os seus frutos.
Ernesto: Eu é que agradeço pela ajuda, e deixo desde já minha palavra de apreço para todos os cibernautas. Obrigado.
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