Serviços mínimos

Sem qualquer brilhantismo, Portugal lá garantiu a qualificação para o Euro 2008. A só necessitar do empate, a selecção jogou claramente para isso, acabando o jogo com a Finlândia com o “credo na boca”. Se, por acaso, aquele corte disparatado do Bruno Alves tem ido na direcção da baliza, provavelmente a esta hora todos estávamos a chorar e a dizer que foi falta de sorte. Não foi. Foi falta de brilhantismo. Com todas as “vedetas” que tem e num grupo bastante fraco, Portugal já deveria ter garantido há muito a presença na Áustria e Suíça, evitando este sofrimento. As exibições paupérrimas foram mais que muitas. As vitórias sobre Polónia, Finlândia e Sérvia – as outras três melhores selecções, atendendo à tabela – simplesmente não existiram... Perante tudo isto, Scolari voltou a reagir à sua maneira.... Insatisfeito com a insistência dos jornalistas perante mais uma fraca exibição, resolveu sair da sala de imprensa depois de dizer mais esta “pérola”: “O que é que a Finlândia fez para ganhar? Vocês têm é de massacrar o treinador deles. Faço por Portugal mais do que fiz pelo Brasil e só recebo situações desagradáveis. Eles não arriscaram nada, não tiveram chances. E o burro sou eu?”, (in “O Jogo”). Que raio terá feito a mais por Portugal que não tenha feito pelo Brasil? Tentar agredir um adversário é a única resposta que me ocorre.

Fernando Couto e Tiago candidatos ao “Bidão de ouro”

Os portugueses Fernando Couto, do Parma, e Tiago, da Juventus, estão entre os 50 nomeados para o “Bidone d’Oro”, prémio instituído em Itália pela Radio2 Catersport e que tem como objectivo “premiar” os jogadores que mais desiludiram no campeonato transalpino. Esta é já a quinta edição deste prémio que já distinguiu jogadores como Rivaldo (2003), Legrottaglie (2004), Vieri (2005) e Adriano (2006) que é apontado como o grande favorito a conquistar de novo esta indesejada distinção. Entre os 50 nomeados para este ano, encontram-se vários nomes sonantes, entre os quais vários campeões mundiais em 2006. A lista dos nomeados é a seguinte:
Abbruscato (Torino), Adriano (Inter), Amelia (Livorno), Barone (Torino), Baronio (Lazio), Bazzani (Sampdoria), Boumsong (Juventus), Calaiò (Napoles), Caracciolo (Palermo/Sampdoria), Cascione (Reggina), Cassano (Sampdoria), Chivu (Roma/Inter),
Coco (Inter/Torino), Corvia (Siena), Fernando Couto (Parma), De Ascentis (Torino/Atalanta), Del Piero (Juventus), Di Michele (Palermo/Torino), Dida (AC Milan), Emerson (AC Milan), Esposito (Cagliari/Roma), Ferrari (Roma), Fiore (Torino/Livorno), Gilardino (AC Milan), Gourcuff (AC Milan), Grosso (Inter), Grygera (Juventus), Simone Inzaghi (Lazio/Atalanta), Jimenez (Lazio/Inter), Kalac (AC Milan), Kaladze (AC Milan), Langella (Cagliari/Atalanta), Lazetic (Torino), Materazzi (Inter), Meghni (Lazio), Muslera (Lazio), Nesta (AC Milan), Recoba (Inter/Torino), Ricardo Oliveira (AC Milan), Ronaldo (AC Milan), Rossini (Catania/Livorno), Santana (Fiorentina), Serginho (AC Milan), Suazo (Cagliari/Inter), Tavano (Roma/Livorno), Tiago (Juventus), Tristan (Livorno), Tullberg (Reggina), Vieira (Inter) e Vucinic (Roma).

Um prémio mais que justo!

Perto de fazer 29 anos, Abel recebeu uma “prenda” antecipada com a convocatória de Scolari para a selecção A. Sem concorrente directo no Sporting, em virtude da lesão do brasileiro Pedro Silva, o lateral direito tem feito uma excelente época, sendo dos mais regulares numa época bastante conturbada para os lados de Alvalade. Corre quilómetros por jogo, defende e ataca da mesma forma, e na hora de assumir os erros consegue fazer “mea culpa” conforme aconteceu no jogo de Roma. Apesar de só ter sido chamado devido à lesão de Miguel, Abel já há muito tempo que merecia esta chamada. Natural de Penafiel, foi no clube da sua terra que começou a jogar, tendo feito três épocas nos séniores. As boas exibições despertaram a cobiça do Vitória de Guimarães, onde permaneceu quatro épocas até 2003/04, altura em que transitou para o rival Sporting de Braga. Sempre a subir de produção, chegou ao Sporting, por empréstimo de seis meses, em Janeiro de 2006. Um período que foi o suficiente para os leões accionarem a cláusula de opção no valor de 750 mil euros. Excelente profissional, o número 78 leonino prova que também fora dos relvados dá cartas, uma vez que é licenciado em Educação Física, precavendo, assim, o seu futuro.

Valderrama igual a si próprio

Sempre polémico, Carlos Valderrama continua a “fazer das suas”. O actual director desportivo do Júnior Barranquilla acaba de ser multado e suspenso por 10 jogos. Tudo porque, insatisfeito com o trabalho do árbitro Óscar Ruiz numa partida frente ao America Cali, decidiu chamar ladrão ao juíz e entrar em campo para lhe acenar com uma nota de 50 mil pesos. Apesar de ser uma atitude condenável, reconheço que muitas vezes apetece fazer o mesmo que “Carlitos”. Considerado um dos melhores jogadores colombianos de todos os tempos a par de Faustino Asprilla, este tipíco nº 10 era elegante a tratar a bola, mas não era de correr muito. Na Europa, tanto em França (Montpellier) como em Espanha (Valladolid) nunca se conseguiu adaptar. Mas nos três mundiais em que entrou deu “show” por muitas vezes. Outra característica que o fazia destacar dos demais jogadores era a sua inconfundível “trunfa”, tipo o argentino Coloccini. Nascido a 2 de Setembro de 1961, Valderrama foi 111 vezes internacional, despedindo-se do futebol a 1 de Fevereiro de 2004, já com 42 anitos. Na fase final da carreira, ainda brilhou na Major League Soccer (MLS), maior liga de futebol dos Estados Unidos, ao serviço do Tampa Bay e Miami FC. No seu jogo de despedida participaram figuras internacionais como José Luis Chilavert, Diego Armando Maradona e os seus amigos e companheiros da Colômbia, com quem disputou os mundiais de Itália'90, Estados Unidos'94 e França'98. Adiram ao blog no facebook em

Pitbull novamente de garras afiadas!

Cláudio Pitbull está a mostrar finalmente todo o seu valor no futebol português, sendo a principal figura do Vitória de Setúbal, juntamente com o seu compatriota Matheus. Contratado pelo FC Porto a meio da conturbada época 2004/2005, o jovem brasileiro, que chegou com o rótulo de craque vindo do Grémio de Porto Alegre onde era “estrela", não mostrou nada de realce, daí não ter surpreendido a decisão de não fazer parte do plantel na época seguinte. Seguiu-se novo ano complicado com empréstimos a mais três clubes: Fluminense, Santos e o Al Ittihad, da Arábia Saudita. Sempre sem sucesso, regressou a Portugal para tentar a sua sorte na Académica na segunda metade do campeonato da época passada. Pouco utilizado de início por Manuel Machado, o avançado quis mudar de ares e aceitou o repto de Carlos Carvalhal para brilhar na equipa do Sado e a verdade é que não defraudou as expectativas do novo treinador. A continuar a atacar, a assistir, a driblar, a rematar e a criar espaços para os companheiros como tem feito até aqui, Pitbull, que ainda tem só 25 anos, deve ter o regresso assegurado ao Porto no final desta temporada. Aí fica um vídeo com um "cheirinho" do que Pitbull fez no último jogo para a Liga Portuguesa com um golo de livre e duas assistências, prometendo que ainda tem mais para dar. Veremos.

Ventola ao lado de uma grande carreira

Nicola Ventola é um daqueles inúmeros casos de futebolistas que, por diversas ordens de razões, nunca conseguiu confirmar todas as expectativas que foram levantadas quando começou a destacar-se. Depois de ter dado nas vistas no Bari chegou ao todo poderoso Inter de Milão na temporada 1998/99 na companhia de Andrea Pirlo, hoje grande estrela do rival Milan. Apenas com 20 anos, o jovem avançado foi emprestado nas duas temporadas seguintes a Bolonha e Atalanta, antes de duas novas tentativas frustadas no Inter. Em 2003/04 foi novamente emprestado ao Siena e depois teve a sua primeira, e única até ao momento, experiência no estrangeiro, no Crystal Palace, onde só realizou três jogos e marcou um golo. Terminado o contrato com o Inter, regressou à Atalanta que ajudou a subir à série A. Esta temporada, já com 29 anos, joga no Torino, onde apenas ainda marcou dois golos. Resta saber se como sucedeu com Pirlo, que mereceu nova oportunidade, teria obtido idêntico nível de sucesso caso outro grande clube tivesse apostado em si? Ou todo o ruído que se fez quando marcou 10 golos no Bari com apenas 18 anos foi infundado? E Pirlo, caso o Milan não tivesse acreditado em si, seria hoje um jogador “vulgar”?