Thursday, February 12, 2015

Os maiores “flops” da última década em Portugal

Muitos têm sido os casos de futebolistas que chegam a Portugal rotulados de craques ou de grandes promessas que nunca chegam a mostrar os atributos que levaram às suas contratações. Muitos deles contratados por verbas bem avultadas, das quais os clubes nunca obtiveram o respectivo e desejado retorno. Decidi elaborar uma lista (por ordem cronológica) daqueles que considero os maiores 15 “flops” contratados pelos três grandes do futebol nacional durante a última década.

Diego Souza chegou ao Benfica em 2006/2007, após ter dado nas vistas no Brasileirão ao serviço do Fluminense. O médio brasileiro parece ser um daqueles casos de atletas que não se dão bem a jogar fora da sua pátria. Nunca se conseguiu impor no clube “encarnado” e mais recentemente não teve melhor sorte nos ucranianos do Metalist Kharkiv . Não obstante este facto já representou alguns dos melhores clubes brasileiros como Fluminense, Flamengo, Grêmio de Porto Alegre, Palmeiras, Vasco da Gama ou Cruzeiro. Aos 29 anos está no Sport Recife, por empréstimo do Metalist Kharkiv.

Um ano depois, foi a vez de chegar Kikin Fonseca, avançado mexicano que tinha marcado a Portugal no Mundial da Alemanha. Não durou mais que seis meses a “aventura” do ponta-de- lança que só marcou um golo em jogos do campeonato pelo Benfica. Muito pouco para quem custou dois milhões de euros. Não teve outra experiência europeia e o último clube onde jogou foi o Santos de Guapilés, da Costa Rica.

Nesta lista de craques que poderiam ter tido carreiras brilhantes o senhor que se segue é Freddy Adu, que chegou ao Benfica na temporada 2007/08 pelo preço de 1,4 milhões. Rotulado de grande esperança do futebol mundial, o jovem norte-americano, nascido no Gana, tornou-se aos 14 anos no mais novo profissional a actuar num clube da Major League Soccer norte-americana e chegou a ser apelidado de “novo Pelé”. Participou em três Campeonatos do Mundo sub-20 e em janeiro de 2006 tornou-se o mais novo internacional de sempre (16 anos e 234 dias) da equipa nacional norte-americana. Ainda dispôs de bastantes oportunidades no clube encarnado e marcou vários golos. Prestações que não chegaram para convencer, tendo sido posteriormente emprestado a Mónaco, Belenenses e Aris de Salonica. Quebrada a ligação contratual com o Benfica, a “aura” de “eterna promessa” desapareceu e tem acumulado diversas experiências mal sucedidas. Apenas com 25 anos está sem clube após ter passado pelos sérvios do FK Jagodina.

Uma época depois chegou Javier Balboa, que ainda continua a jogar em Portugal, mas nunca justificou os quatro milhões que o Benfica pagou ao Real Madrid para o contratar. Depois de sucessivos empréstimos a clubes secundários de Espanha foi parar ao Beira-Mar. Aos 29 anos, o extremo internacional pela Guiné-Equatorial representa o Estoril.
Um dos piores negócios da história do Sporting foi feito na temporada 2009/2010 quando o clube leonino pagou 6,5 milhões de euros ao Atlético de Madrid por Florent Sinama-Pongolle, avançado francês que, em tempos, chegou a ser apontado como uma das promessas do Liverpool. Marcou apenas um golo em Alvalade, de onde saiu a custo xero, e tem acumulado experiências frustrantes. Assinou há pouco tempo pelos suíços do Lausanne, da IIª Divisão helvética.

No mesmo ano, mas para o outro lado da segunda Circular, chegou Keirrison, emprestado pelo Barcelona que pagou 15 milhões de euros por ele ao Palmeiras. Não deixou saudades na Luz e menos ainda em Camp Nou, onde nunca chegou a jogar. Aos 26 anos, está no Coritiba, onde se deu a conhecer, mas longe do fulgor outrora demonstrado.

Uma época mais tarde chegou o argentino Marco Torsiglieri, por quem o Sporting pagou 3,4 milhões aos leões ao Veléz Sarsfield, num montante bastante levado para um central. O argentino não conseguiu convencer em Alvalade e acabou por ser emprestado e posteriormente vendido (abaixo do preço de custo) ao Metalist Kharkiv. Aos 27 anos, está emprestado ao Boca Juniors.

O FC Porto é o clube que nos últimos anos menos razões de queixa tem em relação a “flops”, com excepção de Ádrian López que apenas esta época chegou ao “Dragão”. Juan Manuel Iturbe, contratado na época 2011/12, rotulado de “novo Messi”, será o caso mais flagrante de um atleta que não confirmou todas as qualidades que lhe eram apontadas. Não se pode dizer que o clube perdeu dinheiro com o talentoso argentino mas , de certo, que os responsáveis portistas esperariam muito mais do extremo que hoje, aos 21 anos, representa a AS Roma, após ter dado nas vistas no Hellas Verona.
Em 2011/2012, o Sporting cometeu mais uma loucura, para grande contentamento do Atlético de Madrid, ao pagar 8,85 milhões de euros por Elias. O internacional brasileiro começou por se assumir como peça importante do meio-campo leonino mas com o passar do tempo foi perdendo protagonismo e transformou-se num elemento dispensável e conflituoso. Após um demorado “braço-de-ferro”, acabou transferido para o Corinthians, por quatro milhões de euros.

Na mesma época, e também vindo de Espanha chegou Jeffrén Suárez. O Sporting pagou ao Barcelona pelo talentoso e promissor extremo 3,750 milhões de euros. Contudo, o jogador, afectado por inúmeras lesões, nunca confirmou as elevadas expectativas e acabou por sair a custo zero, assinando pelo Valladolid. Ainda na mesma época, chegou a Alvalade outro “craque” que não deixou saudades. Valeri Bojinov, que custou 2,6 milhões de euros, marcou apenas dois golos na Liga, e, após ser emprestado a Lecce, Hellas Verona e Vicenza, acabou por ver o clube rescindir, alegando abandono do trabalho. Aos 28 anos, está no Ternana, da serie B italiana.

Na mesma época, chegou ao Benfica um campeão europeu e mundial que toda a gente pensava que iria ser titular indiscutível. Toda a gente menos Jorge Jesus que nunca “foi à bola” com Capdevilla. Vindo do Villareal, o lateral esquerdo foi relegado para suplente de Emerson e no final da temporada acabou por sair para o Espanhol de Barcelona. Aos 37 anos, assinou recentemento pelos belgas do Lierse, após uma breve passagem pelo futebol indiano.

Em 2012/2013 chegou a Alvalade Khalid Boulahrouz, que trazia no currículo uma passagem pelo Chelsea e o facto de ser internacional pela Holanda. Foi titular na maior parte da época mas o seu desempenho nunca convenceu. O Sporting e o futebolista holandês chegaram assim a acordo para a rescisão de contrato, acabando o defesa-central por abandonar Alvalade apenas um ano depois de ter assinado pelo clube português. Hoje com 33 anos, joga no Feyenoord.

Na época transacta foi a vez de Miralem Sulejmani chegar ao Benfica. Rotulado de craque, o extremo sérvio veio a custo zero do Ajax que quatro anos antes pagou 16 milhões pelo seu passe ao Heerenveen. Aos 26 anos, e assolado por algumas lesões, o esquerdino tarda em mostrar todo o potencial que já lhe foi encontrado.

Um caso semelhante é o do seu compatriota Filip Djuricic, médio que custou seis milhões de euros que chegou na mesma altura. Foi pouco utilizado, raramente titular, e na primeira metade da presente época foi emprestado aos alemães do Mainz onde também não se impôs. Agora, foi emprestado ao Southampton até ao final da temporada, onde se espera que possa voltar a mostrar todo o seu talento, ajudado por Ronald Koeman, que o conhece bem da Holanda.

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