

Pois é! Já passou quase um ano desde que decidi criar este blog e chego agora ao post 100. Depois de ter chegado a desanimar com a pouca adesão das pessoas em comentarem o que ia escrevendo, decidi continuar na mesma e hoje o meu esforço é mais recompensado com um número razoável de “comentadores” que aqui deixam regularmente a sua opinião. Neste ano também fico satisfeito por ter feito alguns amigos/conhecidos graças a este blog. Para o post 100 escolhi prestar uma simples homenagem a um Grande Campeão: Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de todos os tempos. São várias as razões para o fazer. Para além dos laços familiares, é ele o grande “culpado” por o autor deste blog ser sportinguista, bem como os seus dois irmãos. Apesar de se ter iniciado no ciclismo profissional apenas aos 25 anos, Agostinho ainda foi muito a tempo de ganhar muita competição e de levar o nome de Portugal bem longe. Logo na sua estreia na Volta a Portugal foi segundo classificado, para em 1970, 1971 e 1972 tirar a desforra e vencer. No mítico “Tour de France ” participou 13 vezes, ganhando a sua primeira etapa em 1969, ano em que terminou no 8º lugar. Nas presenças seguintes na maior prova velocipédica do mundo, onde venceu 5 etapas, entre as quais o “mítico” Alpe d’Huez, foi 14° em 1970, 5° em 1971 e 1980, 8° em 1972 e 1973, 6° em 1974, 15° em 1975, 13° em 1977; 3° em 1978 e 1979 e 11° em 1983. Na “Vuelta” à Espanha, foi também 2º em 1974, 6º em 1973, 7º em 1976 e 15º em 1977. Obteve ainda um quinto lugar na Volta à Suíça, para além de ter vencido por cinco anos consecutivos (de 1969 a 1974) o Campeonato Nacional de Fundo Individual, entre muitos outros triunfos. Representou as equipas do Sporting, Frimatic, Hoover, Magniflex, Bic, Teka, Flandria, Puch-Sem-Campagnolo e Sem-France Loire. Até que a 30 de Abril de 1984, na Volta ao Algarve, um estúpido acidente, causado por um cão que se lhe atravessou à frente da bicicleta, lhe provocou uma fractura craniana que se viria a revelar fatal. Mesmo assim, voltou a montar a bicicleta e cortou a meta com a ajuda de dois colegas do Sporting, vestido com a camisola amarela que tanto gostava. Ainda foi para o hotel e devido à indisponibilidade de meios aéreos, foi transportado de ambulância para Lisboa, daí só ter sido operado 10 horas depois. Ao fim de dez dias em coma, a 10 de Maio de 1984, o grande ciclista entrava na imortalidade. Acreditem ou não, embora ainda nem quatro anos tivesse, tenho uma ligeira recordação da enchente que o seu funeral levou até Torres Vedras. Quem com ele privou, conta que era um homem alegre, divertido e sempre pronto a ajudar os outros. Foi até esta necessidade de ajudar os outros que o levou àquela que seria a sua última corrida. São as tristes ironias do destino... Obrigado por tudo Campeão!