
Suplente em Alvalade na primeira mão, com o número 16, Diego só usou o 10 no jogo decisivo, na sua casa espiritual como costumava chamar ao Estádio San Paolo. Foi lá que o Sporting foi eliminado nos penáltis pelo Nápoles (0-0 no final dos 120' e 4-3). E o 10 foi parar às mãos de Tomo Ivkovic de forma pouco usual.
"A ideia de desafiar o Maradona só me surgiu quando ele me apareceu à frente para marcar o quinto e último penálti da série. Se fosse golo, o Nápoles passava a eliminatória. Aproximei-me e disse-lhe que ele não ia marcar. Ficou a olhar para mim, incrédulo, e foi aí que apostei 100 dólares para o desmoralizar ainda mais. Foi o primeiro número que saiu da minha boca. Disse 100 mas podia ter dito cinco ou 200. Ele estava visivelmente cansado, mas aceitou de pronto e continuou a olhar para mim. A verdade é que o desconcentrei. Quando o Maradona partiu para a bola, tive o feeling de que iria atirar para o meu lado esquerdo e defendi."
E depois? "Na altura, não lhe falei dos 100 dólares. Não seria correcto. Apenas lhe pedi a sua camisola 10. No final do jogo, ele foi ao balneário do Sporting com o 10 e os 100 dólares [qualquer coisa como 16 mil escudos naquele tempo]. Atrás dele, um batalhão de jornalistas, muitos microfones e as luzes fortíssimas dos holofotes dos cameramen da TV."
Nove meses mais tarde, em pleno Mundial-90, Ivkovic voltou a defender um penálti de Maradona, agora durante o desempate entre Jugoslávia e Argentina para os quartos-de-final. Desta vez sem aposta. Se houvesse, lá ia o Benjamin Franklin de um lado para o outro. Assim ficou no bolso de Maradona - ele não cometeu o erro de repetir a graça. Ivkovic, esse, ainda hoje está desolado. "Como é possível defender dois penáltis dele e ser eliminado nos dois jogos? Se me contassem, não acreditava!" Tranquilo, Tomo, se o Franklin soubesse, também não”. In www.ionline.pt/ Adiram ao blog no facebook em