Friday, May 08, 2015

A importância do perfume do Suriname no futebol holandês


Aos 24 anos, Georginio Wijnaldum é uma das estrelas emergentes do futebol holandês. O possante médio, que foi uma das principais figuras no campeão PSV, é mais um craque que engrossa a extensa lista de futebolistas internacionais pela Holanda com ligações ao Suriname, um pequeno país situado na América Central, que ocupa uma modesta 155ª posição no ranking da FIFA. Uma classificação que poderia ser bem diferente, caso os jogadores descendentes de pais surinameses optassem por representar o país de origem dos seus progenitores.

Foi a 25 de novembro de 1975 que o Suriname, antiga Guiana Holandesa, se tornou independente, e muitos dos seus habitantes optaram por emigrar para a Holanda. Como a globalização afeta, e de que maneira, o futebol, não é de estranhar que esta vaga de "novos holandeses" acabasse por ganhar espaço e relevo nas seleções do "país das tulipas". Duas das maiores estrelas holandesas com sangue do Suriname a correr-lhe nas veias foram, inquestionavelmente, Frank Rijkaard e Ruud Gullit, peças fundamentais na conquista do título europeu em 1988, e que se tornaram, juntamente com Marco Van Basten, num dos mais bem sucedidos e mediáticos tridentes do futebol internacional ao serviço do AC Milan. O seu virtuosismo técnico, arte, imaginação e força física vieram conferir um "perfume" e um "colorido" diferente ao futebol holandês. Basta olhar para uma fotografia da seleção que em 1974 se sagrou vice-campeã mundial para atestar que nem um atleta negro fazia parte do onze mais utilizado. Hoje, essa realidade seria impensável. A influência dos craques negros com origens no Suriname nos relvados holandeses foi mais notória a partir dos anos 80.

O grande símbolo desta salutar influência no futebol holandês foi Ruud Gullit, filho de pai natural do Suriname e de mãe holandesa. Estreou-se pela seleção holandesa, aos 20 anos, a 14 de abril de 1982. Desde aí que o filão nunca mais parou. Da mesma idade, Frank Rijkaard foi um dos senhores que se seguiu. Clarence Seedorf e Edgar Davids, dois dos mais bem sucedidos médios do futebol internacional das últimas décadas, nasceram mesmo em Paramaribo, capital do Suriname, assim como Aron Winter, um dos mais internacionais pela Holanda, Stanley Menzo ou Jimmy Floyd Hasselbaink, que brilhou nos relvados portugueses ao serviço do Campomaiorense e Boavista. Outros craques holandeses do passado com ligações ao Suriname foram, desde logo, Winston Bogarde e Patrick Kluivert, mas também Bryan Roy ou o antigo benfiquista Gaston Taument. Na atualidade, para além de Wijnaldum, também Eljero Elia, Luciano Narsingh, Nigel de Jong, Jeffrey Bruma, Kenneth Vermeer ou o "caso perdido" Royston Drenthe são outros internacionais holandeses com ligações ao Suriname.

Artigo colocado originalmente aqui

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1 comment :

Unknown said...

Grandes jogadores sem dúvida, nomeadamente esses craques que conquistaram o europeu, vieram trazer como bem disse, outra beleza ao futebol. Na altura em que o futebol era duro, com entradas de arrepiar, e o futebol era um jogo para homens de barba rija.
Hoje o jogadores atiram-se para o chão com a deslocação do ar, e o árbitro marca falta, parece quase um jogo de basket.
O futebol perdeu a espectacularidade que tinha, não há grandes jogadores, apesar de toda a propaganda e marketing para endeusarem alguns